terça-feira, 15 de setembro de 2009

Deus é um tipo fixe

(...)
- Isto não deixa de ser bué marado... ah, desculpa, bué marado quer dizer que é uma loucura, é calão. Ah, desculpa, calão quer dizer...
- Ouve lá, por quem me tomas? Pelo teu vizinho do lado, por um vendedor de aspiradores ao domicílio? Recordo-te que sou Deus. Falo todas as línguas, todos os dialectos, compreendo e sei tudo o que sai da boca de todos os homens. Eis a lição número Um: no que respeita a vocês, homens, eu sou omnisciente. Sabes o que isto quer dizer?
- A priori, tu já sabes tudo sobre nós.
- Bravo! Já interiorizaste a lição número Um.
- Yaa, fixe, e o que é que ganho com isso?
- Posso alongar o teu sexo alguns centímetros quando te fores embora? Bom, isso não será muito...
- Isso é um bocado ordinário, não? Não sei, mas deves fazer qualquer coisa, tu deves ter, de alguma maneira, uma espécie de hierarquia. Não há uma deontologia dos deuses, um comportamento adequado?
- Bom, eis duas coisas mais que deves reter: lição número Dois, não há nenhum outro Deus senão eu; lição número Três, tudo o que diz respeito aos homens, sou eu, portanto, posso permitir-me tudo. O amor, sou eu; a música, sou eu; o humor, sou eu...
- A modéstia, aparentemente, é outra pessoa...

in "Deus é um tipo fixe" de Cyril Massarotto

1 comentário:

Gabriela Lacerda disse...

que lol :D hei de dar uma vista de olhos nesse livro